Tradições Regionais


Um pouco por toda a Região, estas nove Missas , representam os nove meses de gravidez da virgem Maria, anunciam o Nascimento de Jesus e primam pelos seus cânticos católicos, nomeadamente a "ladainha" entoada por coros afinados.
No final das Missas, a animação faz-se sentir nos adros das igrejas, onde a população se reúne após a missa, no adro das igrejas há uma animação com comes e bebes nas tradicionais barracas.


No traje feminino predomina a cor vermelha. As mulheres casadas e solteiras, na Ponta do Sol, usavam capas de cor vermelha enquanto as viúvas usavam capas azuis.
O tipo de vestuário no Funchal, Machico e Santa Cruz era composto por saia de lã, de cor ou listada, um colete e um corpete vermelhos e uma carapuça azul.
O traje masculino não foi alvo de muitas transformações. É composto por um calção branco com franzido sobre o joelho, uma camisa com pregas que podia ser bordada ou não.
As botas, chamadas "bota-chã", feitas de pele de vaca curtida, eram usadas tanto por homens como por mulheres. O cano da bota é virado para fora e desce até ao tornozelo, nas mulheres é adornado por uma fita vermelha.
Os tradicionais colares de rebuçados típicos encontramos à venda em qualquer arraial na Madeira.
Antigamente, quando o dinheiro não dava para grandes despesas, o colar de rebuçados era a alegria dos mais novos.
Hoje, os tempos são outros e o número de vendedores e as variedades de guloseimas aumentaram.

É feita à base de farinha, água, fermento, corante de ovo ou de tangerina e um pouco de sal. Os ingredientes são todos misturados e a massa resultante é trabalhada manualmente de modo a dar vida à boneca tradicional. São usadas sementes para os "olhos" e fitas coloridas para fazer os cabelos e roupa. Depois vai ao forno durante 20 minutos e está pronta a ser vendida.


Antigamente a festividade, com forte carácter religioso, recebia a visita de milhares de peregrinos que percorriam a pé os caminhos que ligavam o sul ao norte da ilha, podendo demorar 2 ou 3 dias na viagem.
Hoje em dia, as romagens já não se fazem da mesma forma, e os romeiros levam a viatura própria ou então seguem até à Ponta Delgada nos transportes públicos.
As Festas de São Pedro, o Santo protetor dos pescadores, realizam-se de 28 para 29 de Junho, e as atenções ficam viradas para a vila da Ribeira Brava. Todos os caminhos vão dar a esta festa conhecida também pela forte animação musical, marchas populares e ainda pelos passeios de barco que algumas empresas de transporte marítimo realizam entre o Funchal e a Ribeira Brava.

A Festa do Senhor dos Milagres evoca a aluvião ocorrida no dia 9 de Outubro de 1803, que destruiu a capela onde se encontrava a preciosa imagem dos Senhor dos Milagres, que foi arrastada para o mar. Reza a história que três dias depois a imagem apareceu e foi posteriormente entregue na Sé do Funchal.
Em 1813 a imagem regressou à capela do Senhor dos Milagres, em Machico.

Trata-se de uma festa em muito semelhante às restantes festas religiosas madeirenses. A particularidade desta festa reside no facto de a procissão ser feita por mar até à pequena capela de Nossa Senhora da Piedade localizada no cimo da encosta, com o mesmo nome. O ritual é o seguinte: no sábado à tarde, há uma procissão que se dirige à capela da Piedade a fim de ir buscar a imagem que permanece na igreja paroquial do Caniçal até ao dia seguinte.
No domingo, o povo junta-se numa nova procissão e vai recolocar a imagem no local de origem, terminando assim a festa.

- Nossa Senhora do Monte: freguesia do Monte (Funchal) e no sítio dos Lamaceiros (Porto Moniz);
- Nossa Senhora da Graça: freguesias do Estreito da Calheta, Estreito de Câmara de Lobos e ainda no sítio da Graça (Porto Santo);
- Nossa Senhora da Guadalupe: freguesia do Porto da Cruz;
- Nossa Senhora da Ajuda: Serra de Água

Um dos "momentos" mais importantes desta festa acontece na véspera, a 14 de agosto. Antigamente os romeiros vinham a pé, em romagem. Hoje em dia chegam de todos os lados pessoas com viatura particular, de autocarro e mais recentemente há quem opte por se deslocar ao arraial através do Teleférico que liga o Funchal ao Monte.
A Festa fica marcada pela forte animação promovida, de forma espontânea, por grupos improvisados que ao som do acordeão, rajão e de outros instrumentos musicais, interpretam quadras ao desafio que chamam a atenção dos que por ali passam. Assim se justifica a expressão popular “No dia 15 de agosto, todos os caminhos vão dar ao Monte”.
As decorações, que merecem particular destaque, são complementadas com as tradicionais barracas de comes e bebes. A espetada, o bolo do caco e as típicas sandes de carne de vinho e alhos marcam presença obrigatória no arraial.
No dia seguinte destaca-se a vertente religiosa. É o culminar das novenas que antecedem o 15 de agosto - nove eucaristias que servem para preparar a festa. A cerimónia religiosa é presidida pelo Bispo da Diocese do Funchal. É também neste dia que os fiéis pagam as promessas, com velas e outros artigos em cera».
Na Igreja de São Martinho realiza anualmente um grande arraial em honra do seu santo padroeiro, freguesia, onde antigamente aconteciam as tradicionais romagens.
O dia 11 de Novembro é comemorado tanto pela Igreja Católica como pelo povo que aproveita a ocasião para assar as últimas castanhas. A Festa de São Martinho é bem elucidativa da fé e das tradições do povo madeirense. Embora não se saiba ao certo quando é que se começou a celebrar o São Martinho na região, a verdade é que se trata de um costume antigo.
Manda a tradição que na véspera de São Martinho se prove o vinho novo e saboreie o bacalhau assado. Esta antiga tradição é praticada ainda nos dias de hoje.

As crónicas antigas dão conta de grandes romarias religiosas e festas pagãs em que os "muitos instrumentos de violas, guitarras, frautas, rabis e gaitas de fole" se juntavam a uma trovoaria de tambores e bombos, que resultaram na música tradicional madeirense, um género musical que se toca em casa, nas festas e nos arraiais, que se carateriza por despiques e ritmos animados. Pode ser destacado ainda o charamba e a mourisca, cantados, e o Bailinho, que tanto pode ser cantado como dançado. Existem também os jogos cantados.
As canções do trabalho agrícola também eram muito frequentes, mas, estão em vias de extinção. A música religiosa é também frequente: cantigas de reis, do espírito santo e de natal.

Na ilha da Madeira, realizam-se espetáculos de folclore durante todo o ano, sendo vivido mais intensamente durante as comemorações de determinadas fainas agrícolas, como as vindimas, ceifas e cavas, e durante festas religiosas, arraiais ou romarias.
Nos dias de hoje, a tradição folclórica persiste pelos grupos folclóricos através de danças e do tipico "bailinho". O grande marco do folclore madeirense é traduzido pelo “bailinho”, com o acompanhamento de vozes e música, e pelo conhecido “despique”, onde dois cantores improvisam alternadamente quadras com índole de sátira social. As danças típicas variam entre chamarrita, charamba, mourisca e bailinho das camacheiras.
A música, assim como a dança, do folclore madeirense descrevem o amor, as tradições pastorais e os momentos mais tristes da história da ilha. O pisar das uvas é simbolizado nos passos de dança. O "Baile da Ponta do Sol” tem o particular detalhe de ser dançado de cabeça abaixada e representa o tempo da escravatura e o respeito do escravo ao senhor.
Os instrumentos usados no folclore madeirense são os instrumentos tradicionais como o machete, o rajão, a braguinha, rebeca, viola de arame, acordeão, triângulo e o tradicional “brinquinho” de fabrico local.